quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lembranças...

Hoje, após alguns meses de profunda depressão e desinteresse, passo a perceber o mundo de maneira diferente, lembrei-me  da vovó e da fazenda onde ela passou a sua vida toda. Uma vida dura e simples, mas sempre alicerçada na fé em Deus e Jesus Cristo. Percebo que a vovó teve na sua longa vida vários motivos para chorar e se enclausurar, mas não. Ela sempre dava a volta por cima e mostrava uma bondade e uma vontade de viver enorme. Filha caçula do segundo casamento de seu pai , foi criada em meio a muitos irmãos e empregados. Seu pai dono de muitos alqueires de terra, ao morrer, deixou para cada um dos vinte e um filhos, uma fazenda como herança. Vovó se casou no sétimo dia do falecimento de sua mãe. Meu avô era também seu primo primeiro, suas mães eram irmãs . Teve uma vida diferente da que estava acostumada na casa de seu pai.Uma vida mais simples e humilde, não passou por privações essenciais, mas não tinha a vida social a que estava acostumada, de festas, passeios e empregados.
Durante os dezessete anos de nossa convivência  pude  ouvir  muitas histórias do seu tempo de juventude.e  dos anos de casamento. Minha mãe conta como ela sofreu com as doenças dos filhos e do marido, contou-me também sobre a depressão que sofreu após a morte de seu filho de dezoito anos, que foi acometido pela febre tifóide.
Mas o que me lembro melhor, é das vezes que ao deitar minha cabeça em seu colo ela ficava fazendo cafuné e contando histórias, ou cantando músicas que  aprendia escutando a missa de domingo no rádio.
Sua vida foi uma linda história de lutas e entregas. Teve por  vários anos uma vida difícil ao lado do marido alcoólatra e logo depois, passou por enormes problemas com seus filhos. Mas DEUS foi sempre seu esteio, sua fortaleza.
 Sinto tantas saudades de sua comidinha feita  no fogão a lenha , das suas histórias de seus carinhos.
 Vovó Collandy, esteja a senhora onde estiver, receba meu abraço saudoso.

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